Família de garota estuprada pede agilidade no processo

Família de garota estuprada pede agilidade no processo

Tudo começou no dia 4 de agosto quando o pai da menor de 15 anos (que preferiu não se identificar) foi levar a filha para a escola, às 13h, como fazia os todos os dias. Em entrevista concedida a equipe do Portal SuaCidade, ele afirmou que sequer podia imaginar que aquele dia seria o início de um pesadelo que abalaria e desestruturaria não só a filha, mas também toda a sua família.

De acordo com ele, a jovem lhe disse que foi abordada na rua da escola por um rapaz dirigindo um automóvel modelo Honda Civic. O jovem perguntou as horas a garota que em seguida simplesmente apagou. Sua única e vaga lembrança era de ter visto uma outra pessoa vestindo calça azul dentro do carro. Acredita-se que essa segunda pessoa se trata de outra adolescente (16 anos), que também teria sido vítima de estupro no mesmo episódio.

Confira vídeo da reportagem

É justamente nesse momento que o drama tem início. As garotas foram levadas para uma casa, do qual ainda é desconhecido o endereço, e lá foram abusadas sexualmente por três rapazes.

Por volta das 18h do mesmo dia, uma delas foi deixada desacordada em um dos bancos de praça do Viva Cidade Operária. Ela só conseguiu despertar do sono profundo porque o celular vibrou no bolso da calça. Sem entender absolutamente nada do que havia acontecido, a jovem correu para sua residência. Ao encontrar-se com a mãe, a abraçou e as duas choraram juntas enquanto a série de fatos desconexos eram contados.

Depois do acontecido a menina evitou sair de casa por quase duas semanas, evadindo-se também de toda e qualquer vida social. Com o passar do tempo a adolescente tomou coragem e voltou a frequentar a escola, foi quando as coisas pioraram de vez. Ao adentra no colégio onde estudava (Escola Paulo VI, localizado dentro da Universidade Estadual do Maranhão - UEMA), notou logo de início que muitos alunos a olham de uma maneira diferente, alguns faziam piada e eram poucos os que se mostravam solidários.

Segundo a confissão dada pela mãe da vítima, a garota só teve conhecimento de que havia sido estuprada quando retornou às aulas, isso no dia 10 de outubro, porque uma de suas colegas pode mostrar a jovem um dos vídeos que já circulavam para downloads gratuitos, tanto em redes sociais como em compartilhamentos de celular para celular.

Ao ver as imagens, os pais da vítima contam que a filha deles ficou transtornada e saiu às pressas da escola se dirigindo para casa. Desde esse dia ela cortou qualquer contato com o mundo que não fosse a sua própria casa.

Indignado com o fato e a dimensão que este estava conquistando, o tio da menina resolveu criar uma petição pública na internet no último fim de semana (29), com o fim de divulga-la nas redes sociais para identificar e localizar os abusadores. Solidários, os amigos da menina começaram a espalhar a página virtual da petição que logo ganhou adeptos e apoiadores. Foram divulgadas também fotos dos rapazes que abusaram das duas menores, imagens estas extraídas do próprio vídeo do suposto estupro. Até o presente momento, a divulgação do documento já ultrapassam os 3 mil comentários com mais de 1.700 compartilhamentos, entre este fim de semana até hoje (31).

O caso chegou a ser registrado na Delegacia da Cidade Operária, mas por se tratar de um fato que envolve duas menores de idade, a Delegacia de Proteção a Criança e Adolescente (DPCA) está fazendo o acompanhamento. Indignados e sentindo-se humilhados, principalmente porque os molestadores continuam soltos e sem nenhuma previsão desse episódio chegar ao fim, a família de uma das meninas pede justiça, e se nada for feito, eles mesmos resolverão o caso.

 

Redação: Marcos Atahualpa Cartágenes  

Compartilhe