Peão deficiente já faturou R$ 400 mil montando em touros

Peão deficiente já faturou R$ 400 mil montando em touros

 

Quem assiste à montaria do caubói Éder Júnior dos Santos, 30 anos, representante de São José do Rio Preto (SP), nem desconfia que o peão é deficiente auditivo e mudo, em decorrência de meningite aos cinco anos. A limitação, no entanto, nunca impediu o competidor de vencer. 

Em 2010, Santos foi campeão em Promissão (SP), etapa válida pelo Brahma Super Bull PBR, o Campeonato Brasileiro de Montaria em Touros. Ao longo da carreira soma mais de R$ 400 mil em premiações. 

Casado e com um filho de 3 anos, o caubói lembra que começou a montar com 17 anos, idade que considera tardia para os competidores de rodeio - a entrevista ocorreu com a ajuda dos amigos e competidores Flávio Viana e Devair Alves dos Santos, que aprenderam a se comunicar com o peão por meio de gestos ou leitura labial. 

Devair destaca que Santos, do jeito dele, sempre pergunta sobre o touro que vai montar quando não o conhece. "Entre essas grades somos uma família, uma fraternidade", diz o amigo. 

O salva-vidas baiano Difly, 21 anos, é literalmente o anjo da guarda do peão deficiente. "Pela experiência com as montarias, Éder sabe quando crava os oito segundos, mas é preciso dar um sinal para ele saber que de fato já cumpriu a tarefa, pois ele não houve a campainha", afirma. 

Difly explica que a perda da audição intensificou os outros sentidos de Santos e, por isso, ele tem um ótimo reflexo. Segundo Difly, o atleta, ainda em cima do touro, percebe a aproximação dos salvas-vidas e entende que está na hora de pular do animal. "Ele Éder é muito esperto", conta.

 

 

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