Américas adotam plano para eliminar gordura trans da produção industrial de alimentos

Américas adotam plano para eliminar gordura trans da produção industrial de alimentos
Foto: Pixabay.

Um novo plano para reduzir as doenças cardiovasculares, por meio da eliminação de ácidos graxos trans da produção industrial de alimentos até 2025, foi acordado na quinta-feira (3) pelos países das Américas durante o 57º Conselho Diretivo da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Atualmente, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no continente.

O Plano de Ação para Eliminar Ácidos Graxos Trans da Produção Industrial 2020-2025 promove ações regulatórias para eliminar um dos principais contribuintes para cerca de 160.000 mortes nas Américas a cada ano. As evidências mostram que dietas ricas em gorduras trans aumentam o risco de doenças cardiovasculares em 21% e o risco de morte em 28%.

“As gorduras trans são substâncias nocivas que causam danos à saúde das pessoas”, disse a diretora da OPAS, Carissa F. Etienne. Para eliminá-las, “medidas voluntárias não são suficientes. Medidas regulatórias devem ser aplicadas para proteger todas as populações”, acrescentou.

Em 2008, autoridades de saúde pública e representantes da indústria de alimentos e óleo de cozinha assinaram a Declaração de Américas Livres de Gorduras Trans: Declaração do Rio de Janeiro, promovida pela OPAS, na qual expressaram o compromisso de eliminar os ácidos graxos trans de origem industrial. Apesar do acordo, no entanto, as gorduras trans ainda são usadas em pelo menos 27 dos 35 Estados-membros da Organização.

Os países que restringiram ou eliminaram as gorduras trans desde o acordo são Argentina (2010), Canadá (2017), Chile (2009), Colômbia (2012), Equador (2013), Estados Unidos (2015), Peru (2016) e Uruguai (2017). Atualmente, a Bolívia está desenvolvendo regulamentos sobre gorduras trans e Brasil e Paraguai estão em estágio avançado de processo semelhante.

Três opções regulatórias

O plano regional da OPAS propõe três opções para eliminar os ácidos graxos trans da produção industrial de alimentos: 1) proibição do uso de óleos parcialmente hidrogenados; 2) um limite obrigatório de 2% (ou não mais de 2 gramas por 100 gramas de gordura total) para ácidos graxos trans produzidos industrialmente como proporção do teor total de gordura em todos os produtos alimentícios; ou 3) uma combinação dessas duas medidas.

“Em um contexto em que as vendas de produtos processados e ultraprocessados, que são as principais fontes de gorduras trans, aumentam 3,1% a cada ano nas Américas, esse plano de ação é oportuno e urgente”, disse o diretor de Doenças Crônicas Não Transmissíveis e Saúde Mental da OPAS, Anselm Hennis.

O plano também destaca a necessidade de adotar políticas de rotulagem de alimentos, bem como estratégias para aumentar a conscientização sobre os efeitos nocivos dos ácidos graxos trans e os benefícios à saúde de eliminá-los da produção industrial.

Com ONU Brasil.

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