Segundo pesquisa, 91% dos brasileiros perceberam mudanças climáticas nos últimos anos

Aquecimento global degelo
Foto: arquivo/TV Cidade/Record.

O planeta Terra tem ficado mais quente, apenas em 2023 foram registradas diversas notícias sobre calor extremo, chuvas com grande volume e outros fenômenos climáticos diversos. Para o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Antônio Guterres, essas ondas d calor e altas temperaturas indicam que o planeta já ultrapassou o conceito de aquecimento global e atingiu uma nova era de ebulição global.

Apesar de o termo ebulição ser figurativo, a realidade atual do planeta não se distancia do significado, a frequência com que eventos climáticos, como chuvas e calor intenso, vêm acontecendo pelo Estado e país, de forma cada vez mais frequente. Apesar desses fenômenos, a alta da temperatura média do planeta não está acontecendo por fatos isolados, mas por uma sequência de acontecimentos que, como Guterres destaca, gerou esse período de aquecimento global sem precedentes e levantam alertas sobre o futuro.

Sobre e aumento da temperatura, redução de chuvas e seca nos rios são alterações mais recorrentes, aponta pesquisa da  Confederação Nacional da Indústria (CNI). Percepção sobre gravidade do aquecimento global cresceu de 2022 para 2023 no Brasil.

Os brasileiros têm percebido no dia a dia as mudanças climáticas nos últimos anos. Pesquisa da revela que 91% dos brasileiros notaram alguma alteração na temperatura ou no clima. No cenário nacional, as respostas mais comuns são aumento de temperatura (92%), menos chuvas (66%) e rios mais secos (55%).

De modo geral, os brasileiros estão preocupados com as mudanças climáticas. Para 91% o aquecimento global é um problema grave, acima dos 86% que avaliaram o problema desta maneira em 2022. A maioria (61%) acredita que essa é uma questão imediata, que deve ser combatida urgentemente. A percepção, no entanto, é menor (53%) na faixa de 16 a 24 anos.

Contribuição do Brasil para metas climáticas

A preocupação dos brasileiros também se reflete na avaliação das ações ambientais no país. Para 55%, a conservação do meio ambiente no país é ruim ou péssima e 51% consideram o meio ambiente menos conservado em comparação a outros países.

O desmatamento florestal é visto como a maior ameaça ambiental atual para o Brasil (apontada por 38%), uma queda em relação a 2022 (46%). Em seguida, são citadas mudanças climáticas/aquecimento global (23%) e fumaça e emissão de gases poluentes (22%).

Quanto às prioridades para conservação ambiental, 30% responderam tratamento de água e esgoto, seguido por combate às mudanças climáticas (27%) e ao desmatamento (25%). Em 2022, o combate ao desmatamento era o primeiro da lista de prioridades apontadas pela população.

Expectativas sobre redução de emissões

Também há divergências sobre a expectativa de o Brasil atingir a meta de redução da emissão de gases do efeito estufa: 17% creem que o país atingirá a meta, 37% que não atingirá e 36% acreditam que ela será parcialmente cumprida. O Brasil se comprometeu, junto com os demais países integrantes da COP a reduzir 48% das emissões desses gases até 2025 e 53% até 2030.

Ainda sobre o futuro, 80% acham possível combinar crescimento econômico com proteção do meio ambiente e 61% veem o Brasil como protagonista na economia verde. Os impactos da descarbonização da economia mais citados foram surgimento de novas tecnologias (73%), melhoria da qualidade de vida (68%) e melhores produtos disponíveis no mercado (67%).

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