Libras completa 10 anos como língua oficial dos surdos no Brasil

Libras completa 10 anos como língua oficial dos surdos no Brasil

Reconhecida por especialistas como língua desde os anos 1960, a Língua Brasileira de Sinais, Libras, só foi reconhecida como a oficial dos surdos, no Brasil, pela Lei 10.436, de 24 de abril de 2002. Na próxima terça-feira (24), das 14h às 18h, na Superintendência de Recursos Humanos da Seduc, no bairro Monte Castelo, os dez anos de oficialização da Libras serão comemorados em São Luís com um evento promovido pelo Centro de Ensino de Apoio à Pessoa com Surdez (CAS), da Secretaria de Estado da Educação (Seduc).

A programação comemorativa terá apresentação de relatos de experiências, do projeto Libras na Mão e oficina. Vai ser aberta a gestores, professores, estudantes e profissionais, além do público em geral.

Para a gestora-geral do CAS, Irene Cabral, é uma data para comemorar conquistas. “A Libras facilita a vida do surdo nas atividades do dia a dia na sociedade e sua oficialização foi um reconhecimento, um avanço muito importante para a comunidade surda e todos que trabalham e lutam pela causa”, enfatizou.

Fundado há nove anos, o CAS realiza cursos de Libras para surdos e ouvintes e também dá apoio especializado às 24 escolas de São Luís que têm alunos surdos.

Com 230 alunos nas turmas de nível básico, intermediário e avançado, o CAS teve que fazer sorteio de vagas, neste semestre, devido a um crescimento na demanda. “O desafio é ampliar o conhecimento da Libras na sociedade, falada por todos os cidadãos, ou pelo menos ampliar o conhecimento entre os surdos, pois muitos não conhecem a língua de sinais”, aposta Irene Cabral.

Capacitação profissional

Outra ação do CAS é a realização de cursos rápidos de Libras em escolas, que agora também serão oferecidos em parcerias com as secretarias de Estado, por meio do projeto Libras na Mão. A necessidade de capacitação em instituições que lidam com o público se reflete nas turmas de ouvintes que fazem os cursos regulares do CAS.

É o caso do historiador Daniel Caeiras, que trabalha na Casa Histórica de Alcântara. Sem o conhecimento de Libras, o museu, segundo ele, não tem condições de atender o público surdo. Daniel fez um curso de 40h na Escola de Governo e agora aperfeiçoa o conhecimento da língua de sinais numa turma do CAS e também na Pastoral do Surdo, na Igreja de São Pantaleão. “Estamos nos preparando para fazer um trabalho no museu voltado aos estudantes de Alcântara e a expectativa, com esse conhecimento em Libras, é atender todos os alunos”, afirmou.

Um dos fundadores e secretário do CAS, Cláudio Jorge de Oliveira reforça que ainda é grande a lacuna de instituições e profissionais preparados para atender este público. “É muito importante que mais pessoas aprendam Libras. Muitos surdos terminam o colégio e querem entrar numa universidade, mas falta estrutura  

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